domingo, 22 de março de 2009

A Noviça Rebelde em São Paulo

Entrevistas com Charles Möeller, Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos, Felipe Tavolaro, Mirna Rubim, Francarlos Reis, Estela Ribeiro

Por Denny Naka

Obrigado de Saulo Vasconcelos

Leia o Agradecimento que Saulo Vasconcelos prestou aos seus fãs na comunidade Oficial do orkut do Capitão Von Trapp.

Obrigado

Gente...

Agora que estou parando pra respirar um pouco é que me dou conta de que já se passou quase meio ano de outubro de 2008 pra agora. Já fazem quase dois anos que se acabou o Fantasma da Ópera. 10 anos atrás eu entrava no mundo dos músicais com esse espetáculo em terras mexicanas. 12 anos atrás eu fazia meu primeiro musical: A Bela e a Fera, em Brasília, numa apresentação estilo Operária. Melhores momentos do musical, com alguns cortes, orquestra de teclados maravilhosa e uma sala com 2.200 pessoas.Já são anos dedicados à isso.Nunca foi fácil. Se fosse, não teria graça.
Conheci muita gente boa, muita gente querida.Conheci atores, bailarinos, cantores, produtores, diretores... Argentina, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e claro os brasileiros... Estreei o Teatro Abril com Tumura e Cia.Me despedi do Teatro Abril com Tumura e Cia.Sou fã do Tumura...
Sou fã da Kiara, da Sara, do Joba, do Miallaret... dos meus filhos todos... no Rio e em São Paulo.Sou fã de todo e qualquer espetáculo que faça.Por ser fã, entendo e aprecio demais o que vcs comentam... Tentam descrever. Porque sei que às vezes é complicado. A palavra fica pequena, limitada.E sei que esse espetáculo é transformador...
Me transformou... Cantar com a Kiara "pois se eu cheguei hj, aqui, com vc... Nada vem do nada, colhe quem plantou" etc... se confunde um pouco com a realidade... Entre tantas discussões, brigas saudáveis e experiências enriquecedoras, chegamos aqui.
E vcs foram testemunhas disso... E isso não tem preço... pra tudo mais existe mastercard =)
Sou grato a vcs, não por me elogiarem, que, como disse antes, é muito bom ouvir...Mas pelo testemunho que vcs prestaram de mais um sucesso, de mais uma estória arrebatadora... São rostos que cada vez são mais familiares. E estão sempre presentes apoiando.E isso não tem preço.
Por isso, por tudo isso, paro um minuto e presto meu mais singelo agradecimento. De coração...
Saulo Vasconcelos

A nova montagem de A Noviça Rebelde, que estreou no Teatro Alfa, é uma delícia



O musical The Sound of Music, de uma das mais imbatíveis duplas de criadores americanos, Richard Rogers e Oscar Hammerstein, vai fazer 50 anos em novembro. Em 1959, quando estreou na Broadway, a história real da família Von Trapp, de aristocratas cantores austríacos que cruzam os Alpes a pé para fugir do Nazismo, e recomeçam a vida nos Estados Unidos, era ainda muito recente. Entre a montagem teatral e o filme, lançado em 1965, que conquistou o mundo, o musical juntou 8 prêmios Tony e 5 Oscars. Hoje, as novas gerações mal sabem o que aconteceu na Segunda Grande Guerra, no fim da primeira metade do século passado. E no entanto, ao final do espetáculo, o teatro está todo de pé, uivando e aplaudindo, sejam os avós, os pais, os jovens e as crianças.


Kiara Sasso lembra Julie Andrews e Marília GabrielaA história de conto de fada da órfã que vira baronesa, das sete crianças que consegue uma segunda mãe adorável, do capitão de coração empedernido que volta a amar e a cantar, do patriota que desafia os vilões invasores e é obrigado a abandonar seu castelo e fortuna e recomeçar a vida em outro canto do mundo, continua a funcionar e emocionar. Minha geração viu The Sound of Music ( que em português ganhou o título A Noviça Rebelde, que o diminui, mas parece não incomodar o público) dezenas de vezes.

Sabemos algumas letras em inglês. Os um pouco mais jovens conhecem de cor a versão em português mostrada na tevê. Mas esta versão de Cláudio Botelho ficará como definitiva. Ele sempre consegue esta façanha. Qualquer musical americano traduzido por ele parece ganhar, não perder. O jeito talentoso de fazer as letras caberem exatamente nas frases musicais, o jeito witty de contar a história, as rimas inteligentes refrescam a história e as canções. Por isso, assistir a esta montagem que estreou oficialmente sexta-feira, 20, no Teatro Alfa, comandada por Claudio Botelho e Charles Moeller, com a nova tradução, é um prazer renovado mais do que reencontrado ou revisitado. Cenários, com a surpresa da animação, e figurinos são mais do que adequados e convincentes. Nada rouba a atenção das interpretações, todas ótimas, algumas surpreendentes.

A gente leva um susto quando vê a protagonista Maria, vivida por Kiara Sasso, entrar em cena. Além de toda a sua figura remeter a Julie Andrews, que viveu Maria no cinema, a gente acha que está vendo Marilia Gabriela do tempo de TV Mulher. E logo reconhece Saulo Vasconcelos, que já foi a Fera e o Fantasma. O casal consegue ser tão bom que nem as crianças, todas ótimas, lhe rouba as cenas. A montagem paulista tem ainda a presença sempre alto astral de Francarlos Reis, que descobriu uma nova carreira nos musicais, e de Estela Ribeiro, que lembra muito a Eleanor Parker do filme.
Elenco irrepreensível com ótimas atuações

Quem gosta deste musical, deve ir revê-lo. Não se esqueçam de levar lenços. E deve levar consigo as novas gerações. É um presente. Um prazer que deve ser compartilhado.Só para informar os que ainda não sabem, a família von Trapp ainda vive nos Estados Unidos, onde mantém um hotel de montanha. E um dos descendentes, Sam, é professor de esqui, está toda temporada de inverno em Portillo, no Chile, e dá aulas para tantos brasileiros que até fala um pouco de português.

Fonte: Msn Estilo Vida

A Noviça Rebelde une conto de fadas com jogo político

Conhecido pela marcante atuação em musicais clássicos como O Fantasma da Ópera e A Bela e a Fera, o ator e intérprete Saulo Vasconcelos surpreende em sua participação em A Noviça Rebelde, em cartaz no Teatro Alfa - se naqueles o timbre vigoroso de sua voz era ouvido logo nos primeiros minutos, agora, no papel do Capitão Georg von Trapp, ele demora até emitir a primeira nota musical. "Confesso que fico ansioso, mas, quando chega o momento da canção, a emoção é tão forte que influencia a interpretação."


A Noviça Rebelde é um dos espetáculos mais populares de todos os tempos. Imortalizada pelo filme estrelado por Julie Andrews, a história real da noviça que cuida dos sete filhos de um barão, na Áustria, e é obrigada a fugir com eles dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, é contada agora pelos diretores Claudio Botelho e Charles Möeller.



"O espetáculo traz algumas das canções mais encantadoras e populares já compostas para um musical, além de ressaltar valores como superação, idealismo e solidariedade", comenta Möeller. "Embora a história tenha um tom de fábula, fala também de política, guerra, religião e aristocracia", completa Botelho.Inspirada em um fato real, a saga dos Von Trapp começou na Áustria, em 1920, quando a noviça Maria (Kiara Sasso) foi trabalhar como governanta de sete crianças na casa do viúvo barão George. Ambos se apaixonaram, casaram-se e tiveram mais três filhos.

Em 1938, quando Hitler anexou a Áustria, a família resolveu fugir para a América e viver da música. No papel do barão, Saulo Vasconcelos precisou cuidar mais da interpretação. "Trata-se de um personagem fascinante, que modifica a personalidade ao longo da trama." De fato, inicialmente sisudo e tratando os filhos como se fossem um pelotão do exército, o barão logo revela sua candura quando também se sente evolvido pela noviça Maria. "Ele começa ríspido mas termina mais humano."Para tornar mais realista a dificuldade de relacionamento do barão com seus sete filhos, Vasconcelos pensou em não conviver com as 20 crianças selecionadas entre mais de 3 mil, que formam os três elencos que se revezam nos papéis. "Tentei imitar Meryl Streep que, na filmagem de O Diabo Veste Prada, não se misturava com os colegas para reforçar o autoritarismo de seu personagem, mas não deu certo - no segundo dia, as crianças já estavam pulando em cima de mim."

Vasconcelos substitui Herson Capri, que representou o papel no Rio. Outra mudança foi a saída de Fernando Eiras para a entrada de Francarlos Reis como Max Detweiler, o ?bon vivant? que ajuda a família a fugir dos nazistas. "Não canto profissionalmente, mas vivo intensamente o papel", conta Reis que, como de hábito, rouba a cena.

Intérprete de clássicos como Dó-Ré-Mi e The Sound of Music, Kiara Sasso comprova sua condição de uma das estrelas do musical nacional (é o 15º de sua carreira) ao exibir uma potência vocal límpida e potente.

Fonte: Estadão-Caderno 2

sexta-feira, 20 de março de 2009

"Noviça Rebelde" chega a São Paulo em versão nacional

Quando começarem os acordes de "Dó-Re-Mi" ("Dó é pena de alguém...") e outras canções do musical "A Noviça Rebelde", que estreia hoje em São Paulo, duas vozes deverão soar familiares aos fãs do gênero.Saulo Vasconcelos, 35, e Kiara Sasso, 30, que surgirão aqui nos papéis de capitão Von Trapp e Maria Rainer, são possivelmente os dois atores mais frequentemente escalados por produtores de musicais desde o "boom" do filão eixo Rio-São Paulo, no começo desta década.

Elenco da peça "Noviça Rebelde", que estreia no teatro Alfa, em São PauloEle participou de "Les Misérables", "Aída" e "As Travessuras do Barbeiro".Ela esteve em "Os Fantástikos" e "As Malvadas", dois elogiados trabalhos da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho (que também assina "Noviça") no circuito carioca. Também protagonizou "Miss Saigon". Reunida, a dupla fez "A Bela e a Fera" e "O Fantasma da Ópera"."Noviça" tem concepção brasileira (de Möeller), ao contrário de boa parte dos espetáculos em que os dois atuaram até hoje --montagens importadas da Broadway que seguem à risca diretrizes previamente definidas por diretores estrangeiros, só trocando o inglês pelo português.

"A diferença é que, não sendo franquia, o personagem não vem pré-moldado, há liberdade criativa. Por outro lado, se é franquia, você sabe que vai dar certo", compara Kiara Sasso.

"A fôrma é boa porque poupa seu tempo", completa Saulo Vasconcelos.

Dor-de-cotoveloAinda que não seja um "enlatado", "Noviça" narra uma história que se passa na Áustria, no entre-guerras. Os atores não sentem falta de personagens e cenários brasileiros?"Acho uma besteira esse pensamento [nacionalista], parece dor-de-cotovelo", diz Sasso."

Não é por falta de vontade que não faço musicais brasileiros", afirma Vasconcelos. E completa: "Aqui ainda não percebemos que, neste tipo de espetáculo, a canção deve ajudar a contar a história, não pode ser tão poética. O que vejo muito são trabalhos no estilo de shows, em que toda a ação para e os atores começam a cantar".

Fonte: Bol Noticias

quinta-feira, 19 de março de 2009

Tradução é ponto alto do musical "A Noviça Rebelde", que inicia temporada em São Paulo


SÃO PAULO – A tradução literal de “Do Re Mi” acabaria com a graça da música mais famosa de “A Noviça Rebelde”. Na versão original, em inglês, a letra traz xícaras de chá com pão e geleia, costurar com agulhas e o feminino de veado. Na montagem que estreia nesta sexta-feira, 20 de março, em São Paulo, o clássico troca as palavras por sol, que brilha no verão, e lá, lá no cafundó.
A versão brasileira das músicas e dos diálogos, de Claudio Botelho, faz com que a história da família Von Trapp, que se passa na distante Áustria do final da década de 30, fique mais próxima do público infantil e adulto. A montagem é baseada no texto e músicas escritos para o palco, e não no filme estrelado por Julie Andrews. No entanto, quase todas as canções são as mesmas nas duas versões.

Uma exceção é a música “O que é que a gente faz?” (“How Can Love Survive”), que não está presente no filme, apenas no musical. O dueto entre as personagens Max e Elsa, caricaturas da elite austríaca alienada à iminente invasão alemã, faz a plateia gargalhar. A dupla zomba dos pobres questionando “o que a gente faz se a nossa fonte jamais secou, se a água quente não congelou, se o cobertor nunca encurtou?” E diz que é mais fácil amar quando não se tem dinheiro. “Ricos demais, com negócios demais, não dá tempo pra dar carinho. Pobre é que é bom, pois não tem edredon e só se esquenta se tá juntinho”.
Outra canção bem popular do longa é “So Long, Farewell”, cujo título foi mantido no original, em inglês, assim como a saudação “auf wiedersehen”, em alemão. As palavras estrangeiras contrastam com “jururu”, cantado pelas crianças em dois momentos diferentes da peça, no baile na casa da família e no festival de música.

O público que só viu “A Noviça” na televisão também pode estranhar algumas mudanças na ordem das canções. “Coisas que eu amo” aparece logo no início da montagem e é interpretada por Maria (Kiara Sasso) e pela Madre Superiora (Mirna Rubim e Vera do Canto e Mello), e não no momento em que as crianças correm para o quarto de Maria, com medo dos trovões, como no filme.

Saulo Vasconcelos, que já protagonizou “A Bela e A Fera”, “O Fantasma da Ópera” e “Os Miseráveis”, vive o capitão Georg Von Trapp nos palcos. A estrela dos musicais brasileiros tem apenas um solo, longamente ovacionado, em “Edelweiss”. A música que homenageia a flor-símbolo da Áustria é apresentada apenas na cena do festival, e não se repete no casarão da família, quando as crianças se reúnem para cantar.

No CD da versão brasileira, quem interpreta o capitão é o ator Herson Capri. Seria injusto comparar as duas performances, mas Capri não faz feio no CD.

Fonte: Ig Ultimo Segundo

quarta-feira, 18 de março de 2009

Famosos vão à pré-estréia de 'A Noviça Rebelde'

A montagem nacional do musical A Noviça Rebelde pré-estreou em uma noite com platéia repleta de famosos no Teatro Alfa, em São Paulo, nesta terça-feira. Isabeli Fontana estava entre os presentes na sessão só para convidados.

A versão brasileira da obra é estrelada pela atriz Kiara Sasso e por Saulo Vasconcelos, que interpretam a noviça e o capitão viúvo por quem a jovem se apaixona.


O ator Sérgio Abreu também esteve entre os presentes na sessão do espetáculo que já ganhou dezenas de remontagens e que, só nos EUA, recebeu oito prêmios Tony.
A peça chega a São Paulo depois de uma temporada de muito sucesso no Rio de Janeiro.
Beto Marden, Cris Arcangeli, Débora Nascimento, Laura Wie e Mika Lins também estavam entre os presentes no evento.



Fonte: Terra Arte e Cultura

domingo, 15 de março de 2009

CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS ENTRAM NO RITMO DOS GRANDES MUSICAIS, EMBALADOS PELO SONHO DE BRILHAR NA 'BROADWAY'

15/03/2009


Jefferson Coppola/Folha Imagem








Cena do musical "Beatles num Céu de Diamantes", importado do Rio e em cartaz no Teatro das Artes.



Canto, danço e represento

por Adriana Küchler


Saulo Vasconcelos está feliz. Pela primeira vez em muito tempo, vai caminhar leve por palcos paulistanos. Depois de uma hérnia de disco herdada da fantasia de 25 quilos de sua Fera (a da Bela) e de problemas de pele causados pela maquiagem do Fantasma (o da Ópera), o ator, de 35 anos, terá de envergar apenas um terninho básico para encarnar o capitão Von Trapp no musical "A Noviça Rebelde", que estreia na próxima sexta-feira.

Menos felizes (e mais pesados) estarão os atores de "A Bela e a Fera", que ganha nova montagem a partir de 29 de abril. Por obra e graça da última versão do espetáculo, cuja temporada iniciada em 2002 alcançou público de 500 mil pessoas, o relógio acabou com problema na cervical, o castiçal teve de operar o ombro, e o bule acabou com bursite, como o presidente Lula.
Na última terça-feira, foi a vez de a noviça Kiara Sasso entrar para o elenco dos enfermos.

Depois de uma temporada no Rio, teve uma crise de alergia a São Paulo. Além das sete crianças do capitão, que ficaram sem governanta, quem comemorou (discretamente) foi Ester Elias, mais conhecida como "stand in" ou substituta. Ela ocupa o lugar de Kiara cada vez que a noviça oficial tem um problema."Torço para entrar e ao mesmo tempo não, porque não quero o mal dela, claro", diz a atriz, escalada como reserva por ser "muito latina" para o papel de uma austríaca. "Já em 'Les Misérables', quebrei o dedo no ensaio e fiquei duas semanas fora. Minha sub me agradeceu chorando."

Mas dedos quebrados e alergias ficam escondidos por trás das coxias. No palco, a temporada de musicais em São Paulo estreia bem saudável. Além da "Noviça" e de "A Bela e a Fera", chegou aos palcos paulistanos, na última sexta-feira, a produção "Beatles num Céu de Diamantes"; "Sassaricando - e o Rio Inventou a Marchinha" já está em cartaz . Uma versão musicada de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" entra no páreo nesta quinta, e "7 - O Musical", em abril.
A enxurrada de montagens é alimentada por números difíceis de ignorar: 800 mil pessoas assistiram a "O Fantasma da Ópera", em uma temporada que se estendeu por dois anos, de 2005 a 2007, com ingressos que chegavam a R$ 200 -só para citar o "case" de maior sucesso do filão. Frisson mais recente, os cinco musicais importados do Rio ("Noviça", "Beatles", "Sassaricando", "Dona Flor" e "7") criam uma nova versão da rixa da ponte aérea: as megaproduções estilo Broadway da grife paulistana Time For Fun (ex-CIE) x as montagens mais autorais dos cariocas. "São Paulo pode fazer produções maiores porque tem mais estrutura, teatros maiores e uma plateia maior", diz Cristiano Gualda, 36, ator e corroteirista de "Beatles". "Enquanto isso, o Rio investe em produções mais originais, como as que resgatam a história e os músicos brasileiros", afirma ele, que atuou também em obras sobre Geraldo Pereira e Carmen Miranda.

Para exportaçãoTrês das cinco produções "made in Rio" que passarão pela cidade são capitaneadas pela produtora Aventura e pela dupla dinâmica Charles Möeller e Claudio Botelho. Eles ganharam, na última terça, a categoria especial do Prêmio Shell de teatro pela contribuição ao gênero musical no cenário carioca.

E os dois diretores querem ainda transformar os musicais em produto tupiniquim de exportação. A partir de setembro, vão levar "Beatles" para passear na França e em Portugal. "A Noviça" poderá ganhar palcos latino-americanos em 2010.

Antes disso, porém, deve atrair milhares de paulistanos (ou não) para o Teatro Alfa. A T4F estima que de 20% a 25% do público de suas produções venha de fora de São Paulo e, entre eles, cerca de 70%, do interior do Estado.

Em Fernandópolis (a 553 km da capital), uma agência está montando um grupo para ver "A Noviça" no feriado de 1º de maio. O pacote, com direito a sete horas de ônibus, hotel e ingresso, sai por cerca de R$ 650.

Eu sou você amanhã Junto com o boom dos musicais e em busca da fama, chegou a São Paulo uma nova onda de migrantes que cantam, dançam e representam. Para abrigá-los, surgiu também um novo filão: o de cursos que preparam os futuros fantasmas, belas e noviças.
O sonho de estrelar um musical fez Raul Guimarães Tristão, 16, passar as férias de janeiro em São Paulo para cursar as aulas de teatro musical comandadas por Maiza Tempesta, no Espaço 10x21. Morador de Franca (400 km da capital), ele é parte de um grupo que faz musicais com dublagem, mas quer convencer os pais a deixá-lo vir morar na capital para investir na carreira e poder ver os espetáculos.

Caso parecido com o da catarinense Julia Dias, 20, que trancou a faculdade de administração para se dedicar à preparação. Os pais, que pagavam os estudos formais, deram a ela um ano "de folga". Apesar de ter recebido elogios do ídolo Saulo Vasconcelos, Julia ainda não teve sucesso nas audições -as disputadas seleções para os personagens de musicais que movimentam o mundo dos sonhadores cada vez que são divulgadas.

De teste em teste, Andréa Cristina Pito, 21, espera conseguir um posto nesse concorrido mundinho. "Nunca gostei de estudar. Leio livros, mas sobre dança. Adoro essa coisa glamorosa dos musicais", diz ela, que escolheu a escola do diretor Wolf Maya para se profissionalizar e ter visibilidade. "Com certeza, é mais fácil ser vista aqui do que na academia de bairro."
Mas não basta uma escola badalada e saber cantar e dançar. Andréa aprendeu, depois de três audições, que é preciso um requisito a mais: o "physique". Mesmo alta e magra, ela não tinha a "cara de princesa" requerida para levar um dos papéis em um musical da Disney, encenado dentro da Super Casas Bahia, no Anhembi.

Mendicância e dignidadeToda essa gente gasta sola de sapatilha para tentar passar no apertado funil de seleção dos musicais. Na versão paulistana de "A Noviça Rebelde", cerca de 2.000 crianças se inscreveram para as audições, mas apenas 20 foram selecionadas. Os ensaios duraram dois intensos meses, com oito a 12 horas de prática por dia, de segunda a sábado.
A ralação não compensa só o ego, mas o bolso também. Com a ajuda de leis de incentivo, em muitos casos, e patrocinadores de olho em um público crescente, os musicais são hoje o primo rico do teatro.

"O musical tirou o teatro da sua situação de mendicante e lhe devolveu a dignidade", diz Charles Möeller, 41, diretor da "Noviça", que neste ano terá cinco espetáculos em cartaz entre Rio e São Paulo. "Essas produções deram empregos para muita gente que dependia da publicidade ou vivia à sombra da televisão." Só a história da governanta austríaca emprega quase 200 pessoas, entre atores, músicos, camareira, peruqueira e afins.

Os salários no meio variam muito, conforme a experiência do ator e o tamanho do papel, da produção e do patrocínio. Mas um protagonista pode ganhar cerca de R$ 15 mil mensais, e um integrante do coro, por volta de R$ 3.000. "Nesse meio, a classe teatral está trabalhando e ganhando bem, talvez pela primeira vez", acredita Charles.

Falha técnicaPouco a pouco, os musicais vão estendendo seus tentáculos até o mundo acadêmico. Na UniRio, viraram disciplina fixa no curso de teatro. E, na tradicional Escola de Arte Dramática (EAD) da USP, vêm ganhando cada vez mais espaço nas oficinas de montagem.

Mas é nos cursos livres preparatórios para musicais que se concentra a maioria dos aspirantes a estrela. A rotina em alguns deles pode até lembrar os ensaios de produções profissionais. "Decora o texto, amor. Senão, vou te trocar." Seguido de um puxão de orelha bem-humorado. "Podemos anunciar na hora do espetáculo que tivemos um problema técnico... vocês."

Essas foram algumas das lambadas ouvidas pelos alunos durante o último ensaio antes da apresentação final do curso de férias da escola 10x21. A diretora-professora, Maiza Tempesta, 55, diz que é preciso uma certa "pressão psicológica pra ver se a coisa vem". "Pego no pé dos que têm o musical como objetivo de carreira", afirma ela, que fez parte de "A Chorus Line", junto com Cláudia Raia, nos anos 80.

Os cursos preparatórios costumam ter focos diferentes. No de Maiza, é nas técnicas de canto e dança, mais especificamente jazz e "belting", modo de cantar característico dos musicais. Na escola de Wolf Maya, a disciplina dança para musicais faz parte da formação de atores, mas também há cursos livres voltados para o estilo.

Já a Casa de Artes OperÁria, comandada pela atriz Ana Taglianetti, oferece cursos de interpretação, com foco em formar "um ator que canta e não um cantor", e de montagem, em que o aluno experimenta todas as etapas de produção de um espetáculo. Há também disciplinas só de canto ou de dança.

Em todos eles, no fim de cada ano ou semestre, os alunos fazem uma apresentação para ganhar experiência de palco e de público. A dedicação plena pode custar caro. Violeta Kay, 24, baiana que veio tentar a vida de atriz em São Paulo, gasta cerca de R$ 1.000 mensais com os cursos preparatórios. Quem banca são os pais, já que "não dá tempo de trabalhar".

Para o ator Theodoro Cochrane, 30, filho de Marília Gabriela, a vontade de participar de musicais custou uma operação. Incentivado pelo diretor Jorge Takla, especialista em musicais, começou a frequentar aulas de balé clássico no começo do ano. Antes de iniciar o curso de canto, no entanto, descobriu que tinha cistos nas pregas vocais. A saída foi fazer uma cirurgia, que seria dispensável para quem não usa a voz como instrumento de trabalho. "Acredito que a recompensa virá a curto ou a médio prazo."

Prima-donaMas nem só de migrantes e aspirantes a ídolos vivem as aulas de teatro musical. Cassia Maria Costa, 49, oncologista da Santa Casa, decidiu seguir os passos da filha e também se matriculou entre colegas com idade média de 17 anos. Sem grandes pretensões, acabou ganhando o solo da Mama Morton de "Chicago" na apresentação de fim de ano. "Foi bárbaro. Minha irmã chorou, e minha melhor amiga levou flores no camarim como se eu fosse uma prima-dona."
Apesar do sucesso de público e de cursos lotados, muita gente ainda faz cara feia para os musicais. "Existe no mundo teatral um preconceito contra esse gênero", diz a professora Ana. "Há quem ache que teatro musical é igual a Broadway. Se esquecem de que ele também engloba o teatro de revista, Chico Buarque..."

Contra o preconceito, há um bom argumento. "O ator que faz musical é um talento porque é mais que um ator", diz Samantha Dalsoglio, 35, que fez parte do grupo de Antunes Filho, de novelas da Globo e do SBT e há três anos se prepara para atuar em musicais. Além de ser mais que uma atriz, dançando, cantando e representando, Samantha espera também uma recompensa monetária. "Esse é o tipo de teatro em que o ator ganha, não é só fazer teatro por amor."

Colaborou Rafael Balsemãoem cartaz

"Beatles num Céu de Diamantes"

Teatro das Artes - shopping Eldorado. Av. Rebouças, 3.970, 3º piso, Pinheiros, tel. 3034-0075. Sex.: 21h30. Sáb.: 19h e 21h30. Dom.: 19h. Até 28/6. Ingr.: R$ 60 a R$ 80. A partir de 10 anos

"Sassaricando" Procópio Ferreira. R. Augusta, 2.823, Cerqueira César, tel. 3083-4475. Qui. a sáb.: 20h. Dom.: 19h. Até 19/4. Ingr.: R$ 60 (qui. e sex.) e R$ 70 (sáb. e dom.). Livre

Em breve

"A Noviça Rebelde" Teatro Alfa.

R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, tel. 5693-4000. Qui.: 21h. Sex.: 21h30. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 16h. Ingr.: R$ 40 a R$ 180. A partir de 20/3. A partir de 5 anos

"Dona Flor e Seus Dois Maridos" Teatro Faap. R. Alagoas, 903, Higienópolis, tel. 3662-7233. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 18h. Ingr.: R$80. A partir de 19/3. A partir de 16 anos

"7 - O Musical" Estreia no dia 15 de abril no teatro Sérgio Cardoso

"A Bela e a Fera" Estreia no dia 29 de abril no Teatro Abril


"Gloriosa" Estreia em maio no teatro Procópio Ferreira

"Into the Woods" Estreia em junho no teatro Santa Cruz

Estrelas de "A Bela e a Fera", "O Fantasma da Ópera" e "A Noviça Rebelde",Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos são o casal 20 ou o Wagner Moura e o Lázaro Ramos dos musicais, segundo Charles Möeller. A dupla alerta os novatos de que a fama exige sacrifícios.


Confira algumas dicas do casal:

>> Não cometer excessos, alimentar-se bem, evitar álcool e beber muita água para conservar a voz. "Cantor não vai pra balada e tem sempre um cachecol na bolsa", conta Kiara, que leva meia pro cinema, mesmo usando sandália


>> Não parar de estudar e investir em cursos na área em que tenha maior dificuldade


>> Não esperar resultados imediatos. "Tem global que nunca cantou e acha que, com um mês de aula, vai passar em teste. Se liga! Quem está na área estuda há anos", diz Kiara


>> Não basta talento. Ao se inscrever para uma audição, também conta muito enviar um currículo apresentável e bem escrito, com uma foto bonita


>> Aprender a ouvir "não" nas audições. "A rejeição acontece tanto para o que está buscando seu lugar ao sol quanto para as celebridades de Hollywood", diz Saulo

>> Aceitar ser reprovado numa audição, mesmo depois de sua melhor performance, porque não tinha o perfil exigido para aquele papel

>> Praticar exercícios físicos para evitar lesões e não acabar fora do espetáculo

Onde se preparar para atuar em musicaisCasa de Artes OperÁria. Rua Sacramento Blake, 88, Mooca, tel. 2618-5540. http://www.operaria.com.br/

Escola de Atores Wolf Maya. Shopping Frei Caneca, rua Frei Caneca, 569, 3º piso, Cerqueira César, tel. 3472-2444. http://www.wolfmaya.com.br/

Espaço 10 x 21. Rua Cotoxó, 321, Pompeia, tel. 3803-9975. http://www.10x21.com.br/

Saulo Vasconcelos (aulas de canto). tel. 3571-3685.
http://www.saulovasconcelos.com/


Fonte: Revista da Folha

sexta-feira, 13 de março de 2009

Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia no Na Mata Café

Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia no Na Mata Café - Born To Be Wild

terça-feira, 10 de março de 2009

Na Integra..........

Smoke on the Water com Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia

domingo, 8 de março de 2009

Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia no Na Mata Café

Um Convite para a Noviça mais Rock and Roll

Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia no Na Mata Café 2

Um aperitivo...por enquanto...

Apresentação do dia 06.03.2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

Saulo Vasconcelos e a Banda Acullia no Na Mata Café



Dia 06.03.2009 Saulo Vasconcelos estará cantando com a Banda Acullia no Na Mata Café.




A banda estara apresentando o seu novo trabalho, no qual se destaca a faixa Jorge Maravilha, escrita por Chico Buarque, a partir das 23h.


Para conferir o Na Mata Café se localiza na Rua de Mata 70 - Itaim Bibi - São Paulo