CARAS Online visitou os bastidores e conversou com atores do elenco da versão brasileira do musical 'Priscilla, Rainha do Deserto', que está em cartaz em São Paulo até dezembro
Mais de 500 figurinos, 200 perucas e um cenário espetacular que inclui um ônibus com 30 mil ponto de led avaliado em US$ 1,5 milhão (o equivalente a cerca de R$ 3 milhões). Os números são da superprodução Priscilla, Rainha do Deserto. Inspirado no filme homônimo de 1994, o musical estreou em Sydney (Austrália) em 2006, já foi apresentado em Londres, Toronto e na Broadway. Desde março, está em cartaz em São Paulo.
"O filme serviu como inspiração, mas também fomos a Nova York para assistir ao espetáculo e fazer provas de figurino, logo no comecinho do processo. Tivemos a preocupação em pesquisar o universo das drag queens para tentar entender mais ou menos como funciona. Não queríamos transformar os personagens em estereótipos ou mostrá-las de maneira caricata. Tentamos buscar o lado mais humano das personagens", revelou Luciano Andrey (31) à CARAS Online. Na versão brasileira do musical, que conta com 27 atores, ele interpreta Tick (ou Mitzi, quando "montada").
O processo de preparação para entrar em cena é longo. "A gente chega sempre duas horas antes, faz o aquecimento corporal e vem para a maquiagem. A minha e a do Luciano são mais simples no começo. Depois a equipe de maquiadores faz o restante. São mais de 20 pessoas. Tem muita troca de maquiagem durante o espetáculo. São trocas muito rápidas, tanto de figurino quanto de maquiagem", contou André Torquato (19), que vive Adam - ou Felicia, quando se torna drag queen. "É meu primeiro protagonista, e meu primeiro papel cômico. Para mim está sendo um divisor de águas", disse o jovem ator.
O trio de drags que atravessa o deserto da Austrália a bordo do ônibus por elas apelidados de Priscilla é completado por Bernadette, na versão brasileira interpretada por Ruben Gabira (52). "Costumo dizer que não é um espetáculo gay. Não é de gueto. Elas são, acima de tudo, três seres humanos. Poderiam ser três donas de casa. Mas atinge também o público gay, claro. As drag queens adoram o espetáculo. Algumas vêm montadas e, no final da apresentação, correm para a frente para festejar. Porque é, também, uma celebração à vida", afirmou. "Acho que isso é o que cativa a plateia. E que transforma também", concluiu.
No elenco de Priscilla também está Saulo Vasconcelos (38). Veterano de musicais - ele já atuou nas versões locais de Les Misérables, A Bela e a Fera, O Fantasma da Ópera, Cats e Mamma Mia - Saulo falou sobre a preparação para viver Bob, que se apaixona por Bernadette. "É a primeira vez que faço par romântico com uma transexual. Ele tem 58 anos, e é do interior. Então fala com um sotaque meio caipira, meio mineiro, meio nordestino. Tive que deixar a barba crescer e pinto os cabelos de branco", revelou.
As apresentações de Priscilla, Rainha do Deserto no Teatro Bradesco (R. Turiassú, 2100 - 3º piso) acontecem às quintas e sextas, às 21h; sábados, às 17h e às 21h; e domingos, às 16h e às 20h. O musical fica em cartaz até 9 de dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário