domingo, 13 de maio de 2012

Trânsito combina com heavy metal, diz o ator Saulo Vasconcelos

FABIANA SERAGUSA
DE SÃO PAULO

Foi o rock que levou Saulo Vasconcelos a cantar e a se tornar um requisitado ator de musicais. Com 12 anos de carreira, já foi protagonista de "A Bela e a Fera" e "O Fantasma da Ópera". Atualmente, o artista --de 38 anos-- interpreta o mecânico Bob de "Priscilla, Rainha do Deserto", em cartaz até 29 de julho no teatro Bradesco (zona oeste de São Paulo). Mas não é só nos palcos que dá para curtir seu trabalho: ele também lançou o disco de pop "Pretty Words", em 2009, e fez a primeira participação no cinema no curta "Os Olhos da Janela", que estreou no ano passado. Quando tem uma folguinha, o brasiliense --em São Paulo desde 2001-- gosta de ver show de bandas de heavy metal, como Metallica e Dream Theater.



Mas no fim da noite a cidade ganha ares de Jazz, afirma o protagonista de Priscilla.


Que tipo de música define a cidade?
Eu definiria por partes. O trânsito como heavy metal, por razões óbvias. Já nas minhas corridas no final da manhã ou à tarde, no parque Villa-Lobos [zona oeste], a coisa já ganha ares de música clássica. E, quando estou voltando para casa, geralmente depois do espetáculo, o que mais combina seria um jazz tradicional, para dar uma desacelerada.

Você mora na Pompeia desde 2006. O que o bairro tem de melhor?

Adoro o shopping Bourbon, por reunir cultura. Tem teatro, boas salas de cinema e uma livraria que frequento quando não estou trabalhando.

O que mais gosta de fazer nas folgas?

Além de ir ao cinema, gosto de correr no parque. Também me sinto em casa quando estou na praia. Mesmo não sendo na capital, ela faz parte das opções do paulistano.

Onde costuma ver shows de heavy metal, estilo que curte?

Costumo ir principalmente ao Manifesto Bar [zona oeste]. O heavy metal se encaixa nos momentos em que preciso extravasar um pouco alguma tensão. Mas já fui muitas vezes ao Blackmore [zona sul] e ao O'Malleys [zona oeste], que já têm uma música mais voltada para o hard rock. O rock me liberta. Eu sempre quis ter uma banda quando criança. Foi o rock que me fez aprender a cantar. O canto me levou para a ópera num primeiro momento e, depois, aos musicais. Está tudo interligado.

"Priscilla" mostra o universo dos gays e das drag queens com muito humor. Acha que São Paulo é uma cidade que aceita bem os gays?

Acho que aceita melhor do que no Nordeste ou em outras regiões mais conservadoras do país. Mas ainda falta um longo caminho até a eliminação completa do preconceito. Do meu ponto de vista, ninguém escolhe ser gay. Simplesmente é.

Revista São Paulo, domingo 13.05.2012

2 comentários:

  1. Não resisti...além de música, trânsito para mim combina com andar a pé.
    Mas, concordo que a noite pede um jazz!
    Cibele

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