sábado, 18 de setembro de 2010

Entrevista com Saulo Vasconcelos, ator de Cats


Saulo Vasconcelos é um dos ícones do teatro musical no Brasil. Depois de protagonizar sucessos de bilheteria e crítica, o ator aceitou o desafio de encarnar Bom Deuteronomy, o “gato velho”, na mega produção Cats.

O espetáculo aclamado no mundo todo, figura em segundo lugar na lista dos maiores e mais vistos musicais de todos os tempos. As cortinas da temporada paulista da produção, que teve sua versão brasileira assinada por Toquinho, se fecham no domingo (20).

O espetáculo então embarca para o Rio de Janeiro, onde cumpre temporada no Vivo Rio, com algumas modificações no elenco.

Uma das mudanças será no Bom Deuteronomy, papel que será assumido pelo ator Fernando Palazza que atuava como cover de Saulo, na temporada paulista. Ao se despedir de seu personagem, Saulo falou ao R7 um pouco mais sobre suas impressões a respeito da peça e convida a todos para as últimas sessões em São Paulo.




R7 – Você já havia trabalhado com boa parte dos atores que hoje integram o elenco de Cats, como é a experiência de dividir novamente o palco com velhos conhecidos e como se sente em relação aos novos colegas de profissão?

Saulo Vasconcelos – Acho que eu já havia trabalhado com a maioria. Fabiane Bang, Séfora Araújo, Fernando Palazza, André Saporetti, Fernando Patau, Mariana Hidemi... Conheci gente nova como Dani Monteiro, Jhean Alex.. Gente nova e boa. Fiquei bem impressionado com eles. Foi aí que eu comecei a gostar de Cats. Vou sentir muita falta desse elenco em termos de astral, de disciplina e de talento.

R7 – Como era sua relação com o musical antes disso?

Saulo – Quando eu vi no exterior, achei muito fraco, com o elenco cansado e desestimulado. Acabei me confundindo e cometendo o erro de confundir o elenco cansado com um espetáculo ruim. Se o elenco não estiver bem, não adianta o espetáculo ser maravilhoso que não se consegue um resultado bacana.

R7 – O que considera ter sido seu maior aprendizado no Cats?

Saulo – Humildade. Pois eu tive a oportunidade de fazer um grande protagonista em outro musical aqui em São Paulo e fiquei em dúvida. Achava que poderia me destacar mais fazendo outro espetáculo. Mas lembrei de um ditado que diz que não existe espetáculo pequeno, personagem pequeno. O ator quem faz o papel ser grande ou se destacar. Ele será importante ou não dependendo do carinho com que você o faz.

R7 – Qual o seu momento favorito na peça?

Saulo – A partir do momento em que entro em cena, tudo é diversão. Eu sinto uma alegria muito grande, principalmente na troca com o resto do elenco. Por ser uma figura de respeito e amada por toda a tribo, isso acaba me estimulando muito a me manter fresco e aceso em cena.

A cena final talvez seja especial porque o Bom Deuteronomy fala ao público e aos gatos, o que é ser um gato. Ensina valores como quando diz que um "gato tem os seus direitos e dará seu coração a quem lhe der carinho, amor, amizade e consideração".

Ou talvez num momento mais profundo de reflexão, no início do segundo ato, quando ele reflete sobre os bons momentos que vivemos na vida. Que a experiência vivida em uma vida se reflete não só naquela, mas em várias gerações, como uma espécie de energia em constante movimento.

R7 - Vai sentir saudades de que aspectos do Bom Deuteronomy?

Saulo – Vou sentir saudades da paz que ele transmite. Do amor que flui tanto de seus olhos como de sua mera presença em frente ao resto da tribo. Ele tem tudo o que buscamos na vida: equilíbrio, serenidade, bom senso. Coisas que eu não tenho muitas vezes.

Cats
Onde: Teatro Abril – Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista
Quando: Quintas e sextas às 21h, sábados às 17h e 21h e domingos às 16h e 20h – Até 19/09
Quanto: de R$ 70 à R$ 200
Informações: http://www.musicalcats.com.br/



R7 Cultura

2 comentários:

  1. como assim, não tem bom senso? Você é muito bem situado e tem tudo para dar certo com seu "sangue de barata", como disse hoje rs Não é à toa que faz tanto sucesso. E fará muito mais.

    Grande beijo,

    @vivianenobre

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  2. Sentirei falta do Bom Deuteronomy também, mas o que me anima é que em breve já te veremos novamente no palco nos emocionando. Você já pode nos dizer qual será seu próximo trabalho? Ah, e não se preocupe em às vezes não ter equilíbrio, serenidade e bom senso, pois ninguém é perfeito, podemos falhar às vezes.Somos seres humanos, não Deus.

    Um grande Abraço,

    Hemerson

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