quinta-feira, 15 de março de 2012

Sucesso na Broadway, musical "Priscilla" estreia sábado em SP


GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 
Um globo de luz desce do teto do teatro e, ao som de "It's Raining Men", transforma o espaço numa pista de dança. É assim que o musical "Priscilla, Rainha do Deserto" chega a São Paulo no próximo sábado, dia 17.
"O público vem ao espetáculo como se fosse a uma festa", diz Simon Phillips, diretor australiano que concebeu o musical em seu país, em 2006, levando-o em seguida ao West End londrino e à Broadway, em Nova York.
"Priscilla, Rainha do Deserto" encontra-se no limiar entre musical e show. O filme que originou o espetáculo empolgava com cinco músicas. O musical tem 20 canções a mais, a maioria hits da "dance music".
As músicas são cantadas em inglês, algo raro entre adaptações locais. A escolha, porém, não compromete o entendimento da história do transexual Bernadette (Ruben Gabira) e das duas drag queens Tick e Felicia (Luciano Andrey e André Torquato), que atravessam o deserto apresentando seus shows.



O diretor faz do musical uma ode à diversidade traduzindo o universo gay com bom humor. Isso acontece de forma literal na cena final em que, ao som de "Dancing Days" (a única música brasileira do repertório), o palco é tomado por uma ampla variedade de personagens. Todos cantando em coro: "Na nossa festa vale tudo...".
A intenção de Phillips com o musical é, sobretudo, entreter. No entanto também acredita que a viagem do trio que protagoniza "Priscilla..." serve de metáfora para o percurso de todos aqueles que estão em busca de pertencimento.
"As drags são outsiders. Quando se encontram, deixam de lado a solidão, formando uma família. É uma história universal", acredita.
O ônibus batizado de Priscilla, no qual as três protagonistas cruzam o deserto, é o principal cenário do musical.
O espetáculo foi adaptado por Stephan Elliott, o mesmo criador do filme "Priscilla, a Rainha do Deserto", de 1995.
Apesar de produzido com baixo orçamento, o longa venceu o Oscar na categoria melhor figurino. Tim Chappel e Lizzy Gardiner, a dupla que conquistou a estatueta, repete a parceria no musical.
Chappel conta que desta vez pôde criar sem limitação. Tinha um orçamento mais generoso: mais de US$ 1 milhão contra US$ 200 mil do longa.
"O que fizemos no filme foi plantar uma semente. No musical, ela cresceu, se tornou uma flor exótica e bonita", resume o figurinista.
PRISCILLA, RAINHA DO DESERTO
QUANDO estreia 17/3; qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h e 21h; dom., às 16h e 20h
ONDE Teatro Bradesco (r. Turiassu, 3º piso, 2.100; tel.: 0/xx/11/3670-4100
QUANTO de R$ 20 a R$ 250
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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